Nas horas "mortas" da madrugada, enquanto a imensa maioria dos cidadãos usufrui de seu merecido repouso, alguns velam a madrugada, num combate feroz contra a dor, a morte e o sofrimento.
Em meio a gemidos, reclamos, desespero e agonia, exercitamos o duro ofício de oferecer remédio, alívio, resgate e, quando necessário, consolo.
Pagamos um preço elevado: envelhecemos mais cedo, nosso sono é desregulado, a alimentação desregrada, o estresse elevado. Nossas familias se privam de nossas presenças, nossas camas ficam vazias. Ostentamos elevados índices de distúrbios orgânicos e emocionais pelo rigor de nossas batalhas.
Mas escolhemos este caminho por amor à vida. Sabíamos que seria difícil e desgastante. E, embora alguns destoem de nossos ideais e nos envergonhem com suas posturas e condutas, a esmagadora maioria luta suas pelejas com devoção e dignidade.
Embora soubéssemos que seria um árduo caminho, não tínhamos consciência plena de que também sofreríamos com a incompreensão e ingratidão de muitos, e tampouco poderíamos, nem em nossos piores pesadelos de jovens idealistas, imaginar que seríamos alvos preferenciais de uma terrível campanha ideologicamente concebida e orquestrada, com o único objetivo de nos desmoralizar e demonizar frente àqueles que precisam de nosso trabalho.
Mas continuamos, apesar de tudo, acreditando na importância e beleza de nosso ofício, e vencendo a maioria das batalhas contra as doenças e as mortes evitaveis. E continuaremos a nos emocionar com uma vida salva, uma dor aplacada ou mesmo com a dor da perda por parte de um completo estranho.
Continuaremos, todos os dias e o dia todo, em prontidão para combates que nunca são simulados, e faremos o melhor que pudermos.
Não, não somos nem deuses e nem semi-deuses. Somos pais, mães, filhos e filhas, cidadãos, gente, seres humanos. Precisamos de descanso, de compreensão, de apoio. Precisamos de dignidade para trabalhar com a plenitude de nossas capacidades. Podemos errar, mas nunca por ser esta nossa intenção, mas porque nosso trabalho nos dá, às vezes, uma janela de poucos minutos ou mesmo segundos para tomar decisões gravíssimas.
E, quando ouvimos um agradecimento ou um gesto de reconhecimento, cada vez mais raros nestes dias de valores corrompidos e distorcidos, sentimos que tudo valeu a pena.
(Retirado da internet)
Se tivesse procurado... Não seria tão perfeito!!!
FELIZ PÁSCOA!!!!