sexta-feira, 26 de julho de 2013

Corpo de Dominguinhos é enterrado no cemitério Morada da Paz

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Emoção marcou o adeus ao músico pernambucano
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Do NE10
ATUALIZADA ÀS 20H15
O remédio para a saudade de familiares, amigos e fãs do sanfoneiro Dominguinhos foi mesmo cantar. Com talento considerado singular por artistas e críticos musicais, o pernambucano foi sepultado nesta quinta-feira (25), no Cemitério Morada da Paz, no Grande Recife, ao som da sanfona. "De volta pro aconchego" e "Quem me levará sou eu", entre outras músicas, o homenagearam e fizeram chorar os seus filhos, Liv e Mauro Moraes, músicos como Cezzinha e até um dos policiais militares que participaram da cerimônia.
Apesar da emoção demonstrada durante todo o velório, realizado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) desde o início da manhã, Liv e Mauro concordaram: a morte foi, na verdade, o descanso do pai. "Era um sofrimento para Dominguinhos estar vivo e não ter vida", afirmou Luiz Ceará, um dos melhores amigos do sanfoneiro.

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Fãs de Dominguinhos esperaram cantando a saída do caixão 
com o corpo do sanfoneiro da Alepe (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)
A cerimônia para o último adeus ao sucessor de Luiz Gonzaga começou no fim da tarde, com a chegada ao cemitério após cortejo que saiu da Alepe, no Centro da capital, sempre ao som da sanfona. Coberto com as bandeiras do Brasil e do Estado e em veículo do Corpo de Bombeiros, o caixão de Dominguinhos, atraiu a atenção de pernambucanos desde a Rua da Aurora até a PE-15, um percurso de mais de 10 quilômetros. Mas centenas de fãs puderam se despedir do sanfoneiro desde as 8h desta quinta, na Assembleia Legislativa.
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Fãs como o caruaruense Giderson Tenório foram à Alepe se 
despedir do ídolo (Foto: Clemilson Campos/JC Imagem)
Artistas locais e políticos também aproveitaram o dia para homenagear Dominguinhos, no velório marcado por sucessos dele. Contemporâneo do sanfoneiro, Maestro Camarão abraçou a sua sanfona e chorou durante o velório. "Artistas como Luiz Gonzaga, Sivuca e Dominguinhos não nascem todos os dias. Ele ensinou o que tinha que ensinar e quem tinha que aprender, aprendeu", disse, acrescentando que é o último da sua geração. Emocionada, a cantora Elba Ramalho afirmou não ter conhecidos músicos como ele, sendo aplaudida em seguida. Características como a simplicidade e a humildade foram lembradas por todos que passavam para se despedir do compositor.
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Durante todo o dia, artistas fizeram homenagens musicais a 
Dominguinhos (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)
Dominguinhos morreu às 18h dessa terça-feira (23), aos 72 anos, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas, em São Paulo. O cantor lutava contra um câncer havia seis anos e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês. Ele havia desenvolvido insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes, sendo transferido para o hospital paulista em 13 de janeiro. As primeiras homenagens foram prestadas ainda na capital paulista, em velório na Assembleia Legislativa de São Paulo.
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Caixão foi coberto com bandeiras do Brasil e de Pernambuco 
para seguir em cortejo até o Morada da Paz (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)

O artista havia gravado uma entrevista com Geraldo Freire, da Rádio Jornal, afirmando que desejava ser sepultado em Garanhuns, no Agreste do Estado. Durante o velório, Mauro Moraes afirmou que a vontade do pai deveria ser seguida. No entanto, a irmã dele, Liv, explicou que Dominguinhos disse à família nos últimos meses antes de ser internado que queria que a cerimônia fosse realizada no Recife ou em Fortaleza. Os dois têm uma relação conflituosa e até se enfrentam na Justiça.
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Mauro disse que, embora estivesse triste, entendeu a 
morte do pai como um descanso para ele, que já estava 
internado havia sete meses (Foto: Amanda Miranda/NE10)

MEMÓRIA - Pernambucano de Garanhuns, Dominguinhos compôs sucessos como o xote "Abri a porta" (parceria com Gilberto Gil, em 1979), "Tantas palavras" (parceria com Chico Buraque, em 1983), "Quem me levará sou eu" (parceria com Manduka, 1979) e "De volta pro aconchego" (escrita com Nando Cordel).  Além desses sucessoes, Dominguinhos também foi autor de clássicos do forró como "Só quero um xodó", "De amor eu morrerei" e "tenho sede".

Ao longo de sua carreira, Dominguinhos gravou mais de trinta discos, entre LPs e CDs – o primeiro foi "Fim de festa", em 1964. O pernambucano chegou a vencer importantes prêmios, como o Prêmio Shell de Música 2010 e o Grammy Latino de 2002, com o CD "Chegando de mansinho".
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