Apesar de ter feito campanha no campo de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT), inclusive no segundo turno, o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou, na manhã desta quinta-feira (13), que irá procurar a petista em janeiro de 2015, após a posse, para buscar parcerias com o governo federal que beneficiem o Estado. Dilma teve 70% dos votos em Pernambuco no segundo turno.
“Eu já estou vendo junto à minha equipe de transição, nos preparando para a partir de janeiro já procurar o governo federal para os diversos projetos que estão em andamento. E outros que a gente entende que são importantes e necessários, a gente vai levar à Presidência da República; como é o meu dever como governador”, disse.
Questionado pela imprensa, Paulo disse acreditar na disposição de Dilma para firmar convênios com o Governo de Pernambuco mesmo após o clima de acirramento criado nas últimas eleições. “Tenho a convicção de que o governo federal vai tratar os estados da maneira como eles devem ser tratados”, afirmou.
Até o momento, o governador eleito ainda não foi procurado por Dilma para um diálogo e diz ter conversado com ela apenas para cumprimentá-la, após a vitória do segundo turno.
O primeiro gesto de Câmara para levantar recursos federais vai ocorrer na próxima terça-feira (18), quando ele reúne a bancada federal de Pernambuco para buscar levantar emendas no Orçamento da União.
De acordo com o governador eleito, as prioridades vão ser as áreas de Estradas, Saúde e Recursos Hídricos. Ele quer destravar, por exemplo, emendas para a construção de um hospital em Serra Talhada, no Sertão, que ainda não foram empenhadas.
Para a reunião de bancada, serão convocados inclusive parlamentares de oposição ao PSB no Estado, como os senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB); que disputou a eleição contra o socialista.
SUPERÁVIT – Vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara comentou ainda o projeto encaminhado pelo governo Dilma ao Congresso Nacional para rever a meta do superávit primário, para que o governo consiga arrecadar mais do que gastou ao longo de 2014.
O futuro governador disse que a dificuldade do Planalto em levantar receita causa preocupação porque a perspectiva econômica para o próximo ano já era de dificuldades.
“A gente espera que esse impasse em 2014 não se repita em 2015 e que a gente possa ter mais transparência e tranquilidade no acompanhamento das contas”, disse.
As declarações de Paulo Câmara ocorreram em encontro com o professor Anísio Brasileiro, reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que faz parte da série de visitas institucionais promovidas pelo socialista antes da posse.