Adolescente quer cursar medicina aos 14 anos com nota do Enem
Média final foi de 750,98, dentro da margem de corte do Enem 2014.
Se aprovado no curso, a família vai pedir na Justiça a conclusão do 2º grau.
José Victor Menezes Teles está confiante que pode entrar no curso de medicina (Foto: Marina Fontenele/G1)
Aos 14 anos, José Victor Menezes Teles pode estar próximo de alcançar o sonho de cursar medicina na Universidade Federal deSergipe (UFS).
A pontuação necessária para pleitear uma vaga ele conseguiu no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do fim do ano passado, mas somente uma decisão da Justiça pode autorizar ele utilizar a nota como comprovação de conclusão do 2º grau e, se selecionado, já iniciar as aulas do curso superior.
O jovem que teve um desempenho considerado exemplar ainda está cursando o 1º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Murilo Braga no município de Itabaiana (SE). A média final foi de 750,98, na redação a nota foi 960,0.
“Se comparar com a nota de corte para 2014 na UFS eu tenho pontuação suficiente para entrar para o curso de medicina no segundo lugar no Grupo E, de escolas públicas e com renda livre, sem distinção de classe social”, afirma o adolescente.
O garoto sempre quis ser médico e sabia que para isso teria que se esforçar. Ele estudou assuntos que ainda não viu na escola para fazer o exame que tem conteúdos de todo o Ensino Médio. “Passei o ano passado estudando para o Enem, além do conteúdo dado em sala de aula. Era uma média de três horas por dia só resolvendo questões de provas anteriores, sem dúvida a técnica para estudar e armazenar o conhecimento foram decisivas para o meu desempenho. É preciso saber organizar o tempo e também se preparar para saber como será a prova no dia”, destaca.
A disciplina e o interesse pelo conhecimento surgiu em casa com o incentivo dos pais que são professores da rede estadual de português e inglês. “Eles me deram dicas de como me organizar e procurei vídeo-aulas na internet, livros complementares e fui a algumas aulas do curso pré-vestibular da Secretaria de Estado da Educação (Seed) por fora, mesmo sem estar matriculado, como aluno assistente”, revela. O esforço também teve recompensa em 2014, quando José Victor foi medalhista na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obemep).
“É gratificante perceber que ele está a alguns passos de realizar esse sonho e isso é motivo de muita alegria e satisfação para mim e para a nossa família”, comemora o pai do garoto, José Mendonça.