O papa Bento 16 discursa para cerca de 50 mil fiéis que acompanham a última benção do Angelus de seu pontificado
"O Senhor me chama a subir o monte, para me dedicar ainda mais à
oração e à meditação. Mas isso não significa abandonar a Igreja, ao
contrário, se Deus me pede isso é para que eu possa continuar a servi-la
do mesmo modo dedicado com que o fiz até agora, mas de acordo com a
minha idade e as minhas forças", disse Bento 16.
O papa reforçou o valor da oração, "que dá fôlego a nossa vida
espiritual" e disse que orar não é "isolar-se do mundo e de seus
problemas, mas tomar o caminho da ação".
Cerca de 200 mil pessoas eram esperadas para a cerimônia. Quatro
telões foram instalados no local, lotado por peregrinos e turistas.
A segurança do lugar foi reforçada por 2.000 homens, entre agentes de
polícia e voluntários. Também foram instalados detectores de metal na
praça.
Antes da cerimônia, o papa teve um encontro com o presidente da
Itália, Giorgio Napolitano, no qual afirmou que rezaria pelo país.
Napolitano, por sua vez, garantiu a Bento 16 que o povo italiano
continuará acompanhando o pontífice "com afeto" nos próximos anos.
ÚLTIMA MISSA
No dia 27, Bento 16 presidirá sua última missa, que será realizada na
praça de São Pedro, na qual se despedirá pela ultima vez de seus fiéis.
No dia seguinte, sairá em um helicóptero da residência dos papas e
deixará de ser pontífice.
Joseph Ratzinger trocará a batina branca por uma vestimenta negra. Na
cabeça levará uma simples boina, segundo analistas italianos.
Ratzinger ficará na residência de Castel Gandolfo por pelo menos dois
meses, até que sejam concluídas as obras do mosteiro Mater Ecclesiae e
também para evitar encontros com os cardeais do conclave, hospedados na
vizinha casa de Santa Marta.
Folha de SP - Agências de Notícias