Na noite desta terça-feira (03), a Casa Doutor Murilo Silva foi tomada pela população carpinense. O principal motivo era ver de perto o resultado da votação das contas do exercício de 2013 do ex-prefeito de Carpina, Joaquim Lapa.
Após a leitura do parecer do TCE, feita pelo assessor jurídico da câmara, o renomado advogado Dr. Lindon Johnson, o presidente da casa, Ver. Tota Barreto convidou o ex-prefeito para fazer sua sustentação oral de defesa.
Durante uma das reuniões mais polêmica do ano de 2013, o próprio ex-prefeito fez sua própria defesa, utilizando-se da tribuna e dirigindo a palavra para a população presente e para os parlamentares que ouviram Joaquim Lapa por cerca de 30 minutos.
Muito aclamado pela platéia ele iniciou suas palavras fazendo uma crítica sobre a pessoa que fez a leitura do parecer, que deveria ter sido o primeiro secretário, Ver Dudu Isidoro, e foi feita pelo assessor jurídico da Casa, Dr. Lindon Johnson.
“Esse é um parecer que tem falsidade ideológica, uma armação contra mim. Sempre participei de julgamentos dessa natureza, mas eu nunca soube que prefeito e presidente de câmara estavam em restaurantes almoçando, convidando vereadores para conversar sobre a questão da câmara.”
Joaquim reivindica tempo indeterminado para efetuar sua devesa oral ao presidente da câmara. O prazo estipulado era de 15 minutos e foi dado mais 15 inicialmente.
“Os senhores viram o que eu fiz na eleição (2012), nas carreatas e passeatas pelas ruas de Carpina. O povo me abraçando e eu dizendo que Carlinhos do Moinho era a solução pra Carpina. Carlinhos do Moinho era o Carinho que faltava para o povo. Eu mereço isso?Eu liguei para alguns vereadores pedindo consciência, apenas isso. Pouco tempo depois já sabiam que eu tinha feito as ligações como se fosse um movimento mafioso de minha parte. Neco da Kombi desligou o telefone, eu não ia pedir a Neco imoralidade do tipo: Neco vote em mim que eu vou lhe dar certa quantia.Eu vou perguntar a Zezé saúde se ela me condena por ter gasto 60 mil na saúde pública, vou perguntar também ao professor Rogério se ele me condena por ter gasto 20 mil com a educação na cidade.”
Neste momento ele começou a ler o parecer e frisou algumas partes para explicar do seu modo o documento. Em alguns momentos ele fez uma comparação dos seus gastos com o valor de um “CAMARO”. Carro que gerou muitos comentários nos bastidores políticos de Carpina nos últimos meses.
Após a sua defesa ele aguardou o início da votação de suas contas.
Um certo desentendimento foi criado quando o vereador Marinaldo Santos solicitou a mudança no esquema de votação, que segue um sentido anti-horário entre os parlamentares, fosse mudando para um do tipo zig-zag com votações alternadas entre situação e oposição. Mas tudo se resolveu por meio de uma votação rápida que acabou em empate e foi decidido pelo presidente da câmara que se manteria o modelo padrão anti-horário.
Capitão Marcelo, Marcelo Pascoal, Claudio do Gesso, Jorginho Lapa, Jr de Salete e Zezé Saúde aprovaram as contas do ex-prefeito.
Os vereadores Irmão Zezinho, Preto do Ipsep, Neco da Kombi, Professor Rogério, Dudu Isidoro e o presidente da Câmara, Tota Barreto votaram pela rejeição das contas.
Já os vereadores Marinaldo Santos e Tembú, que está no lugar da Vereadora Lia escolheram a abstenção.
Momentos antes da informação sobre a decisão de rejeição das contas, o ex-prefeito foi embora da câmara municipal.
Muito aplaudido ele foi carregado nos braços por populares até o lado de fora. Algumas pessoas mais exaltadas proferiram palavras de baixo calão direcionadas a alguns parlamentares e os ânimos se esquentaram ao ponto da equipe comandada pelo tenente Suassuna ficar em alerta para garantir a segurança dos presentes.
Sendo assim, sem obter a maioria absoluta de votos (10), as contas do ex-prefeito foram rejeitadas pela casa Dr. Murilo Silva.
