Nesta quarta-feira (23), produtores de cana nordestinos se reúnem no Recife, na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, para debater a crise no setor em função de perdas na produção por conta da maior seca dos últimos 40 anos. Os prejuízos variam entre 30% e 35% nos principais estados produtores da região. Dirigentes das associações regionais do setor, organizados pela União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), discutirão e elaborarão Programa de Subvenção em caráter emergencial da Atividade Canavieira no Nordeste. O pleito será entregue posteriormente ao Ministério da Integração Nacional.
O programa reivindica a manutenção e a agilidade no repasse da verba do programa de subvenção financeira do governo federal. O reajuste no valor do benefício para R$ 10 por tonelada de cana fornecida na safra 2011-2012 às unidades industriais também será exigido. Para Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida, a atividade canavieira precisa de atenção governamental urgente, sobretudo, porque é um importante pilar de sustentação socioeconômica para o povo nordestino. Ele lembra que o estado de São Paulo, mesmo sendo o maior produtor de cana do país, representa apenas 2% do PIB do estado, enquanto Alagoas e Pernambuco correspondem a 20% e 10% respectivamente.
Nordeste - O setor reúne 21 mil produtores de cana de açúcar e é responsável por 90 mil postos de trabalho direto, além de 270 mil indiretos. No entanto, os fornecedores estão descapitalizado devido aos efeitos da longa seca nos canaviais da região. A situação promoveu significativa dificuldade para os agricultores investir no trato cultural da nova safra. Sem o manejo adequado, principalmente em período atípico, a previsão é de novos déficits de produtividade da próxima safra.
Robério Coutinho
Assessoria de Imprensa da Unida