Uma tola economia de 40 segundos no cerimonial da Fifa criou combustível emocional para a seleção brasileira na Copa das Confederações.
Para Felipão e seus jogadores, o fato de, em todos os jogos do Brasil no torneio, os torcedores continuarem cantando o hino nacional após o fim da versão encurtada no sistema de som dos estádios pressiona os adversários.
Realmente é emocionante. E inusitado o motivo para isso acontecer.
Nas versões mais tradicionais, a primeira parte do hino nacional, a usada geralmente em outros eventos esportivos, dura 1 minuto e 48 segundos. A versão editada usada pela Fifa tem 1 minuto e 8 segundos. Nos estádios, com ritmo acelerado, a continuação do canto à capela adiciona ainda menos tempo à versão encurtada: cerca de 30 segundos.
Isso significa que bastaria adiantar a entrada dos times em um minuto para que o hino nacional fosse respeitado pela Fifa.
"Tem de cantar, vibrar. Não adianta me criticar, me chamar de nacionalista, dizer que é demagogia. Podem falar. Eu estou é preocupado em ver esse povo cantar o hino, porque quando é assim amedronta o adversário, disse Felipão após a estreia contra o Japão, celebrando a vibração causada pelo canto do hino sem música.
Criando uma atmosfera favorável no embalo do hino, o Brasil abriu o placar antes dos dez minutos contra Japão e México. E fez uma "blitz" impressionante no início do jogo contra a Itália. Só nas semifinais, diante do Uruguai, o "efeito hino" não funcionou.
Domingo, na decisão contra a Espanha, o Brasil ainda terá pela frente um rival que nem pode usar o canto do hino para se animar. A música nacional espanhola não tem letra, só melodia.