Há quem diga que é início de competição e muita bola ainda vai rolar. Mas é fato que quando Sport e Náutico entram em campo é impossível dizer que trata-se de um jogo comum. Afinal, trata-se de um confronto de quase 103 anos e que chegará ao seu capítulo de número 526 a partir das 16h deste domingo (29), na Ilha do Retiro, pela quinta rodada do Campeonato Pernambucano Coca-Cola 2012.
Para começo de conversa é o primeiro clássico da temporada e após as campanhas que levaram os dois times à Série A. Há um tabu em jogo em favor dos rubro-negros. E, para concluir, um jogo grande sempre dá uma perspectiva do que os dois times poderão fazer na sequência da temporada.
O Sport teve um início vacilante. Empatou na estreia contra o Araripina e decepcionou seus quase 30 mil torcedores que foram à Ilha para ver um insosso 0x0 com o América. A situação só melhorou, curiosamente, num jogo dos Aflitos, casa do adversário de hoje. Como o gramado da Ilha não tinha condições, foi no Eládio de Barros Carvalho que os rubro-negros conheceram sua primeira vitória ao baterem o Petrolina por 2x1.
Na rodada anterior, quinta-feira, o time mostrou evolução e venceu o lanterna Belo Jardim por 3x0. Porém, a situação agora é bem diferente, já que vai enfrentar o lado oposto da tabela, o primeiro colocado. Nos últimos dois dias o técnico Mazola Júnior teceu vários elogios aos alvirrubros.
"Ganhou os quatro primeiros jogos, tem feito um futebol espetacular e manteve a base do ano passado. Sabemos que vai ser difícilimo, mas vamos sentir a força de nossa torcida na Ilha", apontou o técnico rubro-negro.
Ao mesmo tempo ele também elogiou a evolução de seu time após o jogo com Belo Jardim, mas só prevê o ritmo ideal para todos os jogadores quando os jogadores que vieram de equipes da Série A do ano passado chegarem aos 50 dias de trabalho. "Acho que o time cresceu de rendimento. Temos boas alternativas. Mas é preciso marcar forte".
Do outro lado, o Náutico iniciou a competição de vento em popa. Para quem temeu a frustrada tentativa de manter o artilheiro Kieza nos Aflitos os remanescentes deram uma bela surpresa. Ao lado do adversário deste domingo o time vermelho e branco é o único a não conhecer derrota no Pernambucano, mas tem dois bônus e tanto: venceu todos os jogos e o goleiro Gideão ainda não teve o trabalho de ir buscar a bola em suas redes.
Porém, para esse jogo, o técnico Waldemar Lemos perdeu uma de seus melhores trunfos táticos. Se não foi um goleador, o atacante Rogério desempenhava função fundamental para abrir os espaços na defesa contrária. Na última quarta-feira, o jogador sofreu uma entrada e teve dois ligamentos do joelho direito lesionados. Quem aparece em seu lugar é Siloé, que entrou no jogo passado e deixou sua marca.
O técnico Waldemar Lemos mantém o esquema 4-5-1, já que o ponto forte de seu time vem sendo o meio de campo ao mesmo tempo bem povoado e com volume de jogo ofensivo. O foco de Waldemar vai ser a marcação, fator que faz dos alvirrubros serem a única equipe a não tomar gol.
"Penso em ter marcação nos onze jogadores da equipe adversária. Não quero a preocupação em apenas uma pessoa. Toda a nossa equipe vai ser responsabilizada por isso".
TABU - Além de manter os cem por cento de aproveitamento, o Clássico dos Clássicos também vale um tabu. A última vez que o Náutico venceu o Sport no Adelmar da Costa Carvalho foi em março de 2004, por 3x1. De lá para cá eles se enfrentaram 16 vezes no reduto rubro-negro entre Estaduais e Brasileiros das séries A e B com nove vitórias dos donos da casa e sete empates.