A saída de um patrocinador que arcava com parte do salário é o "nó" que a diretoria do Náutico não consegue desatar para garantir o meia Eduardo Ramos por mais uma temporada nos Aflitos. O jogador deu um ultimato nesta quarta-feira: se não tiver um retorno, se apresenta ao Corinthians, clube detentor de seus direitos econômicos. Os alvirrubros vão ao mercado para tentar um novo parceiro até sexta-feira (6).
Nas suas reclamações, o camisa 10 reclamou que pedira "apenas R$10 mil a mais de aumento". Caso não obtivesse resposta, voltaria ao clube de origem. O problema é que o elenco corintiano já voltou aos trabalhos e o nome de Eduardo não consta na lista de atletas a serem utilizados este ano.
O gerente de futebol Carlos Kila explicou que a parte do salário do jogador que cabia ao Náutico era o teto definido pela direção. O patrocinador pagava o restante. Com a saída desse aporte, o valor subiu para o orçamento timbu. "Isso provocou um aumento de quase 50%. Para ele não é significativo, mas para o Náutico é", disse, referindo-se ao que o clube absorveria.
Segundo Kila, o jogador tem conhecimento tanto da proposta como sabe a origem dos recursos. "Ele recebia diretamente deste patrocinador. O dinheiro nem passava pelo Náutico", contou. Diante disso, ele afirmou que não há como o alvirrubro subir os valores. "Não podemos ficar reféns de jogador. O Náutico tem sido muito criterioso e a partir do momento que subiu para a Série A tem que criar condições de não cair mais. É fortelecer as divisões de base e criar uma estrutura permanente", avisou.
Dessa forma, apenas um novo parceiro seria capaz de mudar a história. E, para isso, os dirigentes entraram em campo. "Estamos procurando uma empresa para pagar o jogador até sexta-feira", disse o vice-presidente executivo, Toninho Monteiro.
KIEZA - Quanto ao atacante Kieza, a postura agora é de espera, já que o Cruzeiro está irredutível em fazer outra espécie de negociação que não seja aquisição dos direitos econômicos por R$ 3 milhões. O jogador, inclusive, apresentou-se com os outros atletas da equipe estrelada nesta quarta (4), na Toca da Raposa.
Carlos Kila informou que o Náutico pode esperar até o início do Campeonato Mineiro para definir se o jogador será realmente aproveitado. Mas fez uma ressalva: o clube não pode ficar parado e a contratação de outro atleta para o setor pode inviabilizar uma nova vinda do artilheiro da Série B no futuro.
"De repente você contrata um jogador que não é o ideal e depois que aquele ideal está liberado não há mais espaço pelo tamanho do elenco e a folha salarial. Hoje o Náutico tem 31 jogadores trabalhando. É uma quantidade suficiente para o Campeonato Pernambucano", finalizou.
