sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Prefeitura corta patrocínios do carnaval pela metade e festivais lutam para sobreviver



Com o enxugamento dos patrocínios concedidos pela Prefeitura do Recife para os eventos realizados na semana pré-carnavalesca e durante a Folia de Momo de 2016, o produtor Antonio Gutierrez, o Gutie, lança, nesta quarta, campanha de financiamento coletivo para viabilizar o festival Rec-Beat, realizado desde 2006. Ao todo, serão 13 kits, oferecidos por R$ 20 a R$ 3 mil, na plataforma Kickante.

Programação do carnaval do Recife já tem data para ser divulgada

Discos de Siba, Tulipa Ruiz, Lira, Anelis Assumpção, Tagore, O Terno e outros artistas que já se apresentaram ao longo dos 20 anos do festival estarão entre as recompensas para os apoiadores. Os produtos foram cedidos por eles próprios, como apoio à realização da 21ª edição. 

"Não quero chororô. Não é nada disso. O fato de a gente ter um evento totalmente gratuito ao público. A gente conquistou um nível artístico que eu não quero reduzir. Também não quero afetar a parte técnica, que é uma das coisas que eu mais respeito", diz Gutie. Ele lembra que a média de público é de 120 mil pessoas durante os quatro dias e que, em 2015, alcançou R$ 1,8 milhão de mídia espontânea (valor calculado através das matérias veiculadas em revistas, jornais e sites de notícias e comparado ao custo que teria se fosse pago como publicidade).

O apoio financeiro do Rec-Beat foi cortado pela metade. Em vez dos R$ 400 mil aportados em 2015, serão R$ 200 mil, para os quatro dias de shows no Cais da Alfândega, entre o Sábado de Zé Pereira e a Terça-Feira Gorda. Além disso, outros incentivos, como o pagamento de convidados, não foram confirmados pela prefeitura nem governo do estado. Em 2015, os cachês de Luiz Melodia e Mombojó foram quitados Fundação de Cultura da Cidade do Recife, e o de Lucas dos Prazeres, pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

A redução de apoio financeiro está em fase de negociação com os realizadores do Pré-AMP, Polo Hip Hop, Pré-Reggae, Cena Peixinhos e outras atrações das festividades momescas. A festa como um todo deverá ter orçamento mais enxuto, a exemplo do já promovido no São João e réveillon. Neste ano, o orçamento foi de R$ 35 milhões, e a festa atraiu cerca de 890 mil turistas, segundo a prefeitura.

A decisão será anunciada junto com a programação, no dia 7 de janeiro – a data ainda será confirmada, de acordo com a agenda do prefeito Geraldo Julio. O camarote da gestão municipal no Galo da Madrugada foi cancelado, como no ano passado. A crise chegou para o Rei Momo, mas, como ensina o frevo clássico de Capiba, "pode acabar o petróleo, pode acabar a vergonha, pode acabar tudo enfim". Então, mesmo com orçamento apertado, vai ter carnaval.

Finalistas do "Superstar", Dois Africanos são o destaque do Polo Hip Hop em 2016. Foto: Facebook/Reprodução (Finalistas do "Superstar", Dois Africanos são o destaque do Polo Hip Hop em 2016. Foto: Facebook/Reprodução)
Finalistas do "Superstar", Dois Africanos são o destaque do Polo Hip Hop em 2016. Foto: Facebook/Reprodução
POLO HIP HOP
Realizado em 4 de fevereiro, no mesmo palco do Rec-Beat (após temporadas na Rua da Moeda e Parque 13 de Maio), terá patrocínio reduzido de R$ 78 mil para R$ 40 mil, de acordo com Sérgio Ricardo, da Associação Metropolitana de Hip Hop em Pernambuco (AMH2PE). Criado em 2004, o polo já realizou oficinas de dança de rua, grafite, discotacagem, rimas, cidadania e cultura de paz. Dois Africanos, da Paraíba, finalista do reality show musical Superstar (TV Globo), e Cabocla MCs, do Rio Grande do Norte, são as atrações principais da grade, que será divulgada hoje. "O projeto tem 13 anos de existência e a prefeitura sempre foi nosso maior patrocinador. Não posso dizer que é favorável à cultura, mas a crise é uma razão plausível", avalia Sérgio.

Banda Marsa foi a a vencedora do último Pré-AMP. Foto: Marcelo Soares/Divulgação (Banda Marsa foi a a vencedora do último Pré-AMP. Foto: Marcelo Soares/Divulgação)
Banda Marsa foi a a vencedora do último Pré-AMP. Foto: Marcelo Soares/Divulgação
PRÉ-AMP
Concurso para revelação de novos talentos já vencido por Adiel Luna e Coco Camará, Zé Manoel, Babi Jaques e Os Sicilianos, Tagore, Francisco e Marsa, terá o apoio encolhido de R$ 136 mil para cerca de R$ 70 mil. Em vez de 18 bandas em quatro noites de disputa, serão 10, em três (22 a 24 de janeiro), no Cais da Alfândega. Além disso, o Palco Escola oferecerá apenas um curso (de roadie e coordenador de palco), cinco a menos que na edição anterior. "É um festival que revelou muitos artistas da cena pernambucana. Começou há 13 anos, como uma mostra, e virou um concurso em 2011, devido aos cortes", explica Pablo Romero, o Dom Pablo, presidente sa Articulação Musical Pernambucana (AMP). O repasse de 2015 foi realizado apenas em novembro, dez meses após a realização do evento. 

Atração nacional do Pré-Reggae está garantida, apesar do corte orçamentário. Foto: Pré-Reggae/Divulgação (Atração nacional do Pré-Reggae está garantida, apesar do corte orçamentário. Foto: Pré-Reggae/Divulgação)
Atração nacional do Pré-Reggae está garantida, apesar do corte orçamentário. Foto: Pré-Reggae/Divulgação
PRÉ-REGGAE
No aniversário de 10 anos do Pré-Reggae, do qual já participaram Mato Seco, Tribo de Jah e Vibrações, entre outros grupos, a previsão de corte é de R$ 70 mil para R$ 35 mil. O projeto não conta com outros apoios de instituições públicas ou privadas. Parceria da Groove com a Associação Pernambucana de Reggae, manterá a quantidade de dias na semana pré-carnavalesca, embora com menos atrações. "A gente ainda está decidindo a grade. Não fechamos a programação, porque ainda temos reuniões com a prefeitura. Antes, fazíamos com dez. Agora, agora devemos reduzir para oito", adianta Deni da Hora, da associação. Realizado sempre na semana anterior à festa, o Pré-Reggae está agendado para os dias 30 e 31 de janeiro, no Cais da Alfândega.

Festival no Nascedouro promove shows e cursos. Foto: Facebook/Reprodução (Festival no Nascedouro promove shows e cursos. Foto: Facebook/Reprodução)
Festival no Nascedouro promove shows e cursos. Foto: Facebook/Reprodução
CENA PEIXINHOS
Na divisa entre Recife e Olinda, o Nascedouro de Peixinhos é, em essência, um espaço de resistência cultural para vários grupos da comunidade. Fincado em no antigo matadouro, é palco para o Cena Peixinhos, que vai contar com R$ 30 mil, em vez de R$ 60 mil. "O Nascedouro já fala por si. Aqui, é tudo na guerrilha mesmo. Não vamos reduzir a quantidade de dias, e também não será alterada a qualidade do evento", garante o produtor Harryson Moura. O Cena Peixinhos começa no dia 11 de janeiro, com cursos de capacitação. No dia 29 ou 31 de janeiro, serão realizados os shows. O governo do estado, através da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), deve apoiar financeiramente a próxima edição. 



Com Informações Diário de Pernambuco
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