O FBI consegue controlar smartphones Android para ativar câmeras e microfones remotamente. Segundo a acusação, publicada pelo diário Wall Street Journal nesta sexta-feira (2), a agência tem em mãos ferramentas avançadas de hackeamento, utilizadas normalmente para investigar casos de crime organizado, pornografia infantil e terrorismo.
A fonte, segundo o WSJ, é um “ex-oficial da divisão de tecnologia da agência”, que declarou que estas táticas são usadas apenas “quando não há nenhuma outra opção” de investigação.
“O FBI desenvolve ferramentas de hackear internamente e compra algumas do setor privado. Com elas, pode remotamente ativar microfones em telefones usando o Android para gravar conversas", disse um ex-oficial. "Ele também pode fazer o mesmo para microfones em laptops, sem que o usuário saiba”, diz a matéria do jornal americano.
Além desta tecnologia de invasão remota nos celulares, o FBI teria meios de se infiltrar nos computadores utilizando dispositivos físicos, como pendrives preparados para isso. Depois de coletar os dados, as autoridades passariam as informações para um time especializado, que define o que é relevante encaminhar para as investigações responsáveis.
“O FBI contrata pessoas com habilidades de hackear e elas compram ferramentas capazes de fazer essas coisas”, disse o ex-oficial ouvido pelo WSJ, que destacou também que estes recursos são utilizados desde 2005.
Até o momento não houve qualquer posicionamento oficial sobre o assunto, mas não é difícil imaginar que este tipo de serviço de segurança, de fato, tenha seus métodos para invadir os produtos eletrônicos. Ainda de acordo com o WSJ, eles só não são utilizados contra hackers porque as autoridades temem o vazamento de sua tecnologia e o uso dela contra o próprio país.